A Amsterdam de Anne Frank

Ir a Amsterdam é entrar em contato com uma sociedade moderna e muito diferente da que estamos acostumados no Brasil. Não só pela questão da liberdade e do respeito às diferenças, que colocam a cidade em destaque, mas também por todos os fatos históricos que se passaram ali. 

Amsterdam foi a casa de muitos judeus desde o século XVI e também sofreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando as tropas alemãs invadiram a cidade e levaram muitos judeus aos campos de concentração.

Foi neste cenário que viveu Anne Frank, a autora de um diário que foi traduzido para mais de 70 idiomas e é um dos livros mais lidos do mundo. Anne foi uma garota que viveu durante dois anos escondida em um anexo do escritório de seu pai, com a família e outros judeus.

Quando se escondeu, aos 13 anos, Anne escrevia este diário e ele conta em detalhes o dia a dia dentro do esconderijo. Ela viveu ali por 2 anos, entre 1942 e 1944, até as tropas alemãs descobrirem o anexo e enviá-los aos campos de concentração. 

Posteriormente, em 1945, pouco tempo antes de os alemães se renderem, Anne foi morta no campo de concentração de Bergen-Belsen e seu diário foi enviado ao único sobrevivente da família, seu pai. 

A casa onde Anne Frank viveu e se escondeu permanece em Amsterdam, mas é onde hoje funciona um dos museus mais visitados do mundo: A Casa de Anne Frank. Este será o assunto deste post, uma visita para conhecer de perto o anexo da família Frank. 

Museu A Casa de Anne Frank

A foto mostra uma construção feita em tijolos, com janelas de vidro descobertas, típica construção de Amsterdam.
Fachada do Museu A Casa de Anne Frank, em Amsterdam

Como todo museu, a Casa de Anne Frank fica sempre repleto de gente fazendo filas para entrar. Logo, você vai identificar facilmente a construção onde a família Frank viveu pelos dois anos de terror. 

Ao entrar, você verá vários itens ligados à Segunda Guerra, bem como páginas do diário original que ficam ali expostas. Mas a visita se inicia nos escritórios que funcionavam no prédio e, logo de cara, você se depara com as cortinas pretas que foram colocadas nas janelas. 

A experiência é sem dúvida alguma emocionante e desperta sentimentos fortes. Ao caminhar lá dentro, você entra em contato direto com uma mistura do terror vivido pela família e de traços da união familiar, mesmo em tempos tão difíceis. 

Primeiramente, é perceptível o tamanho do lugar: minúsculo, super apertado. Os aposentos onde as pessoas dormiam, inclusive Anne, são realmente pequenos para abrigar pessoas. O anexo é composto por cinco quartos: os quartos dos pais e irmã de Anne, o quarto de Anne e Fritz Pfeffer, o banheiro, o quarto Van Pels, que também serve como sala de estar e cozinha e o quarto de Peter Van Pels, no sótão.

Ao cruzar a estante giratória, porta do esconderijo, já podemos sentir a atmosfera pesada do lugar. Mesmo que você não tenha lido o livro, vai logo perceber que a família viveu dois anos de muito terror ali dentro. 

Durante os dois anos de anexo, Otto Frank e sua mulher marcaram o crescimento das filhas em uma parede. Essas marcas ainda estão ali, indicando que a filha mais velha cresceu pouco mais de 2 cm, pois tinha 16 anos, e Anne Frank cresceu 15 cm, pois era mais nova e estava na adolescência. 

Se você visitar o museu depois de ler o livro, vai conseguir ver com seus próprios olhos tudo que a jovem garota escreveu. Inclusive a única janela por onde se podia ver o ar livre — jamais sair— está ali. Anne descreveu como um dos lugares preferidos do anexo, pois era onde podia escrever e se expressar. 

De certa forma, essa não é uma das visitas mais felizes a um museu, mas a fidelidade e preservação aos fatos é algo impressionante. Além disso, é uma oportunidade fantástica para aprender mais sobre o Holocausto e como ocorria a perseguição anti semita durante a Segunda Guerra.

A verdadeira casa de Anne Frank

Foto de Anne Frank - arquivo
Anne Frank

Embora o museu tenha sido construído no anexo, existe outra casa onde a família Frank morou. Ela fica no bairro Rivierenbuurt e tem uma placa dourada na porta, indicando que ali morou Anne Frank. 

Para a casa verdadeira, as visitas não são permitidas. Afinal, hoje ali funciona como uma ONG para escritores refugiados. Mas isso não impede que você faça uma caminhada pelo bairro e mergulhe de cabeça na cultura judaica de Amsterdam.

Andando por Rivierenbuurt, você pode conhecer, por exemplo, a livraria onde o pai de Anne Frank comprou o caderno vermelho que viria a se tornar o diário da menina. 

Embora o passeio pelo bairro não seja tão informativo como a ida ao museu, um complementa o outro. Além da livraria, você verá uma praça onde fica uma estátua de Anne Frank, a escola onde a menina estudou e vai notar como a região é super arborizada e agradável. 

Na Prática

Para visitar o museu Casa de Anne Frank, você deve garantir ingressos com o máximo de antecedência possível. Isso porque o lugar está sempre lotado e os ingressos têm hora marcada, algo que ajuda muito na hora de programar o passeio.

Endereço: Casa de Anne Frank 263-267 Prinsengracht – AMSTERDAM

Tarifas: 10,50 euros para adultos; 5,50 euros para crianças entre 10 e 17 anos; e 0,50 para crianças até 9 anos de idade. 

Site: https://www.annefrank.org/en

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