Travessia Lapinha x Tabuleiro.
A primeira mensagem que quero deixar neste post é sobre a recompensa de se fazer esta travessia. A beleza e a paisagem que você encontra durante e principalmente ao final desta caminhada de 3 dias, é surpreendente! É de tirar o fôlego! A Cachoeira do Tabuleiro é a terceira maior do país e seus 273 mts equivalem a um prédio de quase 90 andares. Tamanha altura equivale à tamanha beleza.
A trilha começa no vilarejo de Lapinha e termina no vilarejo de Tabuleiro. O caminho, que normalmente se faz em três dias, passa pela Serra do Espinhaço e nela pode-se ver piscinas naturais, rios límpidos, picos, cerrado, matas, finalizando com uma monumental cachoeira, a do Tabuleiro.
Quando ir: A vegetação e a paisagem não modifica muito durante o ano e as flores estão sempre presentes apesar do período de seca estar em menor abundância. A maior diferença que se apresenta nas épocas do ano é com relação ao volume das águas. Dezembro a Março, o volume das águas aumentam e as cachoeiras ficam mais fortes. De abril a Novembro, é considerado o período de seca e isto também influencia diretamente no volume dos rios e cachoeiras. Na seca é mais fácil fazer a caminhada e rapel.
Como ir: O vilarejo de Lapinha é de onde geralmente as pessoas começam essa travessia (pode-se fazer o sentido inverso mas isso acontece com menos frequência).
Saindo de Belo Horizonte você tem a opção de seguir até a cidade de Santana do Riacho ou então até o distrito da Serra do Cipó. Como fomos de carro e também porque adoramos essa simpática vila, optamos por seguir pra Serra do Cipó, pernoitar e seguir para Lapinha na manhã seguinte. Desta forma ganhamos tempo já no primeiro dia de caminhada pois se desejar sair de BH para sentido a Santana do Riacho, só este trecho da viagem já são três horas pela Viação Saritur.
A passagem de ida hoje, abril de 2014, está no valor de R$ 33,05. a De volta custa R$ 30,10. São duas saídas diárias. A primeira as 07:30 da manhã, a outra 15:15h. o regresso pode ser feito também em dois horários: 06:00h ou 14:30h.
De Santana do Riacho ou da Serra do Cipó é necessário se deslocar até ao vilarejo da Lapinha. Na Serra do Cipó, contratamos um morador que faz esse serviço e que nos levou até a Lapinha. Quase uma hora de viagem. De Santana do Riacho, é possível contratar taxis/van que te levam até a vila da Lapinha.
Chegamos na Lapinha, por volta das nove horas para dar início ao trekking. Duas opções logo de início. Você pode dar a volta pela Serra da Lapinha, que é mais fácil ou passar por ela. Fizemos o segundo trajeto que é bem mais desgastante. A trilha não é de nível alto e pode ser feito por pessoas que não são sedentárias mas em alguns momentos ela exige um pouco mais do nosso corpo.
Seguimos viagem rumo ao Pico do Breu para mais tarde pararmos na casa da D. Ana Benta. Em nosso planejamento, optamos por finalizar o primeiro dia acampando na casa da Dona Ana. subiríamos no Pico do Breu fazendo um ataque partindo da casa da Dona Ana. Nosso planejamento não deu muito certo. Até que chegamos cedo na Casa da Dona Ana, porém não tinha ninguém em casa. Não sabíamos se continuávamos a caminhada ou se parávamos lá mesmo assim. Essa indefinição fez com que perdêssemos tempo e acabamos ficando por lá. Ela não estando em casa, tivemos de nos virar com o que tínhamos como por exemplo com a comida. Esperávamos jantar a comidinha caseira da velha Senhora.
A indefinição, a demora pra ajeitar as coisas por causa da ausência da Dona Ana fizeram com que abortássemos a subida ao Pico do Breu. Deixamos pra próxima.
O primeiro dia foi muito bacana. Muitas paisagens lindas, passamos pela Serra da Lapinha que é espetacular, pelo córrego Parauninha, vimos as montanhas do Pico do Breu (1687 mts de altitude) e ainda podemos desfrutar (em parte) da simples vida de uma senhora do campo. Dona Benta é uma velhinha que mora sozinha na sua propriedade.
A noite foi muito legal. Acendemos uma pequena fogueira e conversamos muito com um céu muito estrelado.
O segundo dia começou bem cedo. Acordamos por volta das seis e trinta e começamos a arrumar as coisas para partir. Tomamos café e seguimos viagem. Nossa intenção era de dormir na Dona Maria. De lá partiríamos para conhecer a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro e voltaríamos para passar a noite.
Nosso ritmo foi muito bom neste dia. O grau de dificuldade permitia que nós caminhássemos num ritmo muito interessante. Fomos ganhando tempo, mesmo parando para fotografar e conhecer tudo que estava pelo caminho. Passamos pela crista da Serra do cipó onde a altitude beira os 1300 mts. Chegamos bem cedo na casa da Dona Maria e para nossa surpresa ela também não estava lá. Batemos na porta e fomos recebido pelo cunhado dela. Como tínhamos rendido bastante na primeira parte do dia, decidimos não parar por ali. Resolvemos seguir em frente e conhecer a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro com toda nossa bagagem. Minha recomendação é que não se faça isso. Esta parte da trilha é muito pesada e com a bagagem tudo fica mais complicado ainda.
Resolvemos em um momento da trilha esconder nossa bagagem e seguir sem ela. Acho que foi a decisão mais acertada que tivemos. Escondemos e continuamos a subida da montanha cheia de pedras.
Esta travessia foi programada para três dias. Como nós rendemos bastante no segundo dia, resolvemos encurta-la a dois. Conseguimos mas ficamos muito cansados no final do dia, já na vila de Tabuleiro. A casa da Dona Maria fica numa área de Platô lindíssima. Dizem que a vista noturna é tão bela quanto. Então, sugiro que mesmo com sobra de tempo, façam esta parada e pernoitem da casa da senhora.
Assim como a Dona Ana Benta, Dona Maria também cultiva quase tudo que precisa pra viver. Neste caso, a Dona Maria tem um marido que vive com ela numa casa muito simples no alto da montanha.
A parte alta da Cachoeira do Tabuleiro é MARAVILHOSA. É uma beleza suas pedras com tom avermelhado. Fomos descendo seu curso até chegarmos na queda. Um visual deslumbrante e sem igual. Tudo fica minúsculo lá em baixo. São 273 mts de altura. Dá vertigem chegar próximo a queda da água. Temos de deitar para poder olhar lá em baixo. Amantes do rapel (que não é meu caso apesar de achar lindo) deliram com esta descida.
Depois de curtirmos esse visual, tirar excelentes fotos, resolvemos seguir viagem. Esta terceira etapa feito por nós no segundo dia foi descer para a vila. Estávamos cansados e resolvemos não tentar chegar na parte baixa da cachoeira. Seguimos direto para a Vila de Tabuleiro passando pelo Parque Municipal Ribeirão do Campo. Chegamos exaustos no final do dia.
Dormimos em uma pousada que escolhemos quando chegamos. Saímos a noite para comemorar os dois dias de muita diversão. Acordamos cedo novamente. Na noite anterior, no bar onde comemos e bebemos algo, marcamos com um morador para nos levar até Conceição do Mato Dentro. No caminho, depois de muita negociação, fechamos com ele para nos levar até a Serra do Cipó para que pudéssemos pegar nosso carro e partir para Belo Horizonte.
Não conheci parte baixa da Cachoeira do Tabuleiro. Meus dois amigos já conheciam então para eles essa frustração foi menor. Se tivéssemos seguido a risca o planejado teríamos tido tempo no terceiro dia de passar por lá. De qualquer forma essa travessia foi espetacular. Foram dois dias de atividades físicas e introspecção. A beleza do lugar também ajuda muito. Valeu muito conferir e espero que vocês também possam curtir muito.
Mais dicas da travessia lapinha x tabuleiro:
Itinerário:
Dia 1 – Saída de São João del Rei – Belo Horizonte (somente eu) – Carona
– Belo Horizonte – Serra do Cipó – Carro
– Dormimos Serra do Cipó
Dia 2 – Saída de Serra do Cipó – Lapinha – Motorista contratado com seu carro
– Início da Travessia no vilarejo da Lapinha
– Chegada a casa da Dona Ana Benta
– Dormimos na casa da Dona Ana Benta
Dia 3 – Continuamos a travessia
– Chegamos a casa da Dona Maria
– Saímos da casa da Dona Maria para a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro
– conhecemos a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro
– Seguimos para o vilarejo de Tabuleiro
– Dormimos em Tabuleiro
Dia 4 – Saímos de Tabuleiro – Conceição do Mato Dentro – Motorista contratado com seu carro
– Conceição do Mato Dentro – Serra do Cipó – Motorista contratado com seu carro
– Serra do Cipó – Belo Horizonte – carro
– Belo horizonte – São João del Rei – ônibus (somente eu)
Seu primeiro destino pode ser a cidade de Santana do Riacho ou então, se preferir, pode ser o distrito da Serra do Cipó. Optamos por seguir até Serra do Cipó. Fomos de carro partindo de BH e como gostamos desse lugar, fomos Saindo de Belo Horizonte ou de outras cidades, a referência é a cidade de Santana do Riacho ou o vilarejo da Serra do Cipó. Partindo de BH para Santana do Riacho, o transporte é feito pela Viação Saritur. . A Serra do Cipó está a aproximadamente 100 km da capital mineira, passando por Lagoa Santa. De Belo Horizonte, Partimos de carro para o vilarejo da Serra Cipó, chegamos a noite e de lá partimos para Lapinha no dia seguinte. Contratamos um guia pra nos levar de carro para Lapinha.
Nosso retorno seria para Serra do Cipó através de
De Belo Horizonte há saídas constantes para ambos os lugares. Para Santana do Riacho