Roteiro Ouro Preto 2 dias
Já fiz shows em Ouro Preto (sim, eu já tive banda de rock n´roll), já estive na Festa do 12 (famosa festa de 12 de outubro em OP) e tentei o vestibular de Direito na UFOP. Estive várias vezes em Ouro Preto e por “n” motivos. Sempre com algum foco que não fosse para admirar e sentir o que essa bela cidade mineira tem a oferecer. Pois bem! Somente agora tento transformar esse meu sentimento em palavras e tentar explicar (porque só quem conhece Ouro Preto pode entender por completo) a magia que há para quem caminha pelas ruas margeadas de beleza e inspiração no sobe e desce das ruelas.
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Minha última viagem a Ouro Preto aconteceu em maio de 2016 em uma ação intitulada #blogueirosporminas idealizada pela SETUR e que contou com a participação de vários blogueiros que exploraram 3 grandes parques do estado de Minas Gerais. Na Equipe que explorou o Parque do Itacolomi estávamos eu e o Gui do Quero Viajar Mais e acabamos ficando em Ouro Preto.
Um pouquinho da história de Ouro Preto
Ouro Preto foi a primeira cidade do Brasil a receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade concedido pela UNESCO e só esse fato dispensa comentários sobre a importância da cidade e de seu conjunto arquitetônico. Uma cidade originada no relevo montanhoso, com ruas calçadas em pedras que sobem e descem e sustentada pelo grande volume de ouro explorado na região, Ouro Preto se firmou como um dos principais destinos turísticos de Minas Gerais e do Brasil.
Riquezas históricas como a beleza no acervo de arte, igrejas imponentes e casarios coloniais deixam marca registrada em Ouro Preto além de marcar para sempre todo visitante que passa por lá. Enquanto essas riquezas eram criadas ou deixadas na cidade, o ouro era levado da região durante muitos e muitos anos.
Ouro Preto é história e beleza como eu disse, mas exige esforço. As ladeiras tornam as caminhadas mais cansativas e por isso se faz necessária uma melhor programação. Dentro da sua limitação e preparo físico, pois você irá precisar de algum (risos).
Sugiro começar pela Praça Tiradentes, como sempre faço e sugiro. Muitos brincam que foi nessa praça que Tiradentes foi enforcado, uma espécie de pegadinha pois sabemos que Tiradentes foi enforcado no Rio de Janeiro. Na praça Tiradentes (e esse nome foi dado depois desse feito) foi exposta a cabeça do Alferes conspirador.
Vamos ao roteiro?
Primeiro dia:
Chegando na Praça você já dá de cara ou com o Museu da Independência ou com o Museu da Ciência e Técnica com uma estátua de Tiradentes ao centro.
Museu da Independência: O hoje Museu da Independência já foi a Casa de Câmara e também a Cadeia. Atualmente é um importante museu com um acervo que conta com mais de 4 mil peças. Para os admiradores de história, a atual exposição possui obras de autoria de artistas como Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), Francisco Vieira Servas, Francisco Xavier de Brito, Manoel da Costa Athaide, João Nepomuceno, Armand Julien Pallière, dentre outros. Quer saber mais sobre o museu? Visite o site clicando aqui.
Aberto: Ter a Dom: 10h às 18h | Preço R$ 10,00 – Meia Entrada R$ 5,00 (ver no site sobre meia entrada)
Museu da Ciência e Técnica: O Museu registra parte importante do desenvolvimento científico nacional apresenta as mais completas coleções em seus setores de Mineralogia, História Natural, Mineração, Metalurgia, Química, Física, Astronomia, Topografia, Desenho e Biblioteca de Obras Raras. Veja o site clicando aqui.
Aberto: Ter a Dom: 12h às 17h | Preço: R$ 10,00 – Estudante R$ 5,00
Da Praça Tiradentes você pode sair na direção de várias ruas. Eu sugiro que primeiramente siga na direção do Museu da Inconfidência e visite a Igreja Nossa Senhora do Carmo logo atrás. Belíssima igreja estilo rococó, juntamente com o barroco, muito comum nas construções das igrejas da época. Essa igreja foi construído no século XVIII. Outra coisa comum são as taxas de visitação das igrejas. Nesse caso, 3 reais.
Ao lado da Igreja do Carmo está o Museu do Oratório e mais abaixo, descendo a rua, o Teatro Municipal. O primeiro conta com vários oratórios e imagens religiosas e vale pagar os 5 reais que é cobrado para conhecê-lo. Já o Teatro, Casa da Ópera de Vila Rica, seu primeiro nome, é uma beleza a parte. Sua fachada não dá sinais de tamanha beleza e importância já que esse foi o primeiro teatro da América do Sul, além de possuir uma beleza luso-brasileira sem igual.
Do Teatro, você tem duas opções: a primeira para aqueles que gostam mais de caminhadas, seguir até a Igreja do Pilar, segunda igreja com a maior concentração de ouro em seu interior, só ficando atrás da Igreja de São Francisco de Assis, em Salvador. Pague 6 reais e aproveite para conhecer o Museu de Arte Sacra. Ou então uma segunda opção que é fazer de táxi essas igrejas mais afastadas indo até a Igreja do Rosário dos Pretos. A distância não é pequena e por isso eu acredito que a segunda opção seja melhor.
Como Ouro Preto é a cidade das ladeiras, sugiro continuar descendo para depois subir pela Rua Direita, rua tradicional que possui inúmeras lojinhas de artesanato, bares e restaurantes. Venha tranquilamente morro acima, parando nessas lojinhas e curtindo umas comprinhas de artesanato local.
O que ver no primeiro dia?
- Praça Tiradentes
- Museu da Inconfidência
- Museu da Ciência e Técnica
- Igreja N. S. do Carmo
- Museu do Oratório
- Teatro Municipal
- Igreja do Pilar
- Igreja N. S. do Rosário dos Pretos
Segundo dia
Novamente com início na praça Tiradentes. Porém, caminhe sentido Museu da Ciência e Técnica, logo à esquerda você avistará a Igreja N. S. das Mercês e Misericórdia. Lá é possível fotografar algumas belas imagens da cidade e ainda avistar, no alto, a Igreja de São Francisco de Paulo. Sugiro que inclua essa igreja caso esteja de táxi ou carro no primeiro dia e caso isso seja possível. A caminhada morro acima não é simples.
Volte para a Praça Tiradentes e novamente caminhe para o Museu da Inconfidência, porém, direcione para o lado esquerdo do museu e vá indo em direção à Igreja de São Francisco de Assis. Se você seguir nossas recomendações de onde comer, pode ser que já tenha passado em frente dessa igreja à noite. O visual é sombrio à noite e totalmente diferente do que você irá encontrar com a luz do sol.
Em frente à igreja de São Francisco está o mercado a céu aberto de artesanato em pedra sabão. São belas peças que ilustram de maneira interessante a tradição e a história das gerais.
Depois da Igreja de São Francisco de Assis, caminhe morro abaixo (pra variar) para a Igreja N. S. das Mercês e Perdões e depois subindo pelo lado oposto até a Igreja Nossa Senhora da Conceição. Se você pagou para entrar na Igreja de São Francisco de Assis aproveite o ingresso para entrar na da Conceição onde há um acervo interessante de Aleijadinho.
Na rua Don Silveira está a entrada da Mina de Chico Rei. Não entrei mas a lenda é interessante.
Lenda da Mina de Chico Rei
“Chico Rei nasceu no Reino do Congo, na África, e lá era um monarca, guerreiro e sacerdote. Seu nome original era Galanga – o nome Chico veio com o batismo cristão.
Foi capturado pelos portugueses e veio preso com seus súditos, filhos e mulher, os últimos os quais morreram na travessia do Atlântico. Apenas um dos filhos sobreviveu.
Trabalhando na mina, Chico e o filho conseguiram comprar a carta de alforria. Diz-se que Chico Rei escondia o ouro da mina nos cabelos, e lavava-os na pia batismal para retirar o ouro, com acobertamento dos religiosos. Quer saber mais da lenda? clique aqui.
Por último, deixe para conhecer a Casa dos Contos. Fica ao lado do Grande Hotel de Ouro Preto, hotel onde fiquei hospedado e recomendo. Se quiser ver condições e efetuar a reserva, clique aqui.
Casa do Contos: De 1984 era o local denominado “Casa do Contratos”, onde recolhia os impostos. Ainda serviu de prisão nobre de inconfidentes. Atualmente é sede da Receita Federal local.
O que ver no segundo dia?
- Igreja N. S. das Mercês e Misericórdia
- Igreja de São Francisco de Paulo
- Igreja de São Francisco de Assis
- Feira do Artesanato em Pedra Sabão
- Igreja N. S. das Mercês e Perdões
- Igreja N. S. da Conceição
- Mina Chico Rei
- Casa dos Contos
Outras Atrações
Nem só de Igrejas (muitas) e Museus é feito Ouro Preto. A beleza de suas ruas e seus casarios, o charme de construções menos destacadas e o ar que gera nostalgia, mesmo você tendo no máximo 30 anos, encantam os turistas e isso faz de Ouro Preto o destino mais procurado das Minas Gerais.
Além de Ouro Preto, você pode conferir a cidade vizinha Mariana (veja meu post clicando aqui) , ou a Mina da Passagem que fica entre os dois municípios ou ainda (clique aqui para ver o post), se você tiver interesse em atividades de montanha e natureza, pode conferir o Parque do Itacolomi (veja meu post clicando aqui). Ou ainda conhecer o distrito de Lavras Novas, uma bela vila que vem tendo um grande crescimento no cenário turístico da região (clique aqui para ver o post)
Certamente, dois dias não é tempo suficiente para conhecer tudo na cidade ou no seu entorno e caso não tenha mais tempo, a certeza que você irá retornar é grande. Estando em Ouro Preto, curta Ouro Preto, sinta Ouro Preto.
Trem da Vale
Outra opção que pode ser feita nas sextas feiras e sábados é o passeio do Trem da Vale que liga Ouro Preto a Mariana. Em nenhuma das vezes que fui a Ouro Preto eu cheguei a fazê-lo e por isso não tenho referência pessoal.
Caso tenha maior interesse é só acessar clicando aqui.
A partida de Ouro Preto acontece:
Sexta e Sábados: 10h e 14h30 – retorno Mariana 13h e 16h
Domingos: 10h e 16h – retorno Mariana 14h30
São 18 quilômetros feitos em aproximadamente 1 hora. O caminho é rota do ouro e passa por Mata Atlântica e Cerrado, além de contar muito sobre a história das Minas Gerais.
Dica Retrip:
Ouro Preto tem muitas ladeiras e as caminhadas não são simples e exigem um pouco de esforço. Se você tem dificuldade de mobilidade, utilize carros para conhecer as atrações. Mas minha recomendação é hidratar bastante e andar no seu ritmo com roupas leves e frescas. Cuidado porque Ouro Preto também tem clima frio.
Se você gosta de uma arquitetura barroca das igrejas mas não é um aficionado por elas, escolhas as igrejas mais centrais para conhecer. São todas lindas mas pra quem não tem grande apreciação pode se tornar repetitivo.